top of page

Superman: Uma Mensagem. Velhos Problemas. É o Superman!

  • Foto do escritor: Daniel Victor
    Daniel Victor
  • 12 de jul.
  • 4 min de leitura

Superman (2025) de James Gunn

Por: Daniel Victor.

ree

Peço desculpas de antemão ao leitor. Superman não é salvação de nada! Estamos diante de um filme mediano, que têm méritos de acertar na essência do personagem, mas ainda tem problemas claros em sua estrutura e forma como certos elementos são apresentados. Entretanto, acredito que o maior trunfo de  James Gunn, que tem de recomeçar o DCU nos cinemas, está na mensagem que longa trás a todo momento.


O longa começa com nosso herói já com anos em atividade. Ele acredita ser mandado o protetor da terra, enviado por seus pais Kryptonianos. Mas Lex Luthor (Nicholas Hoult), quer destruir a imagem de Superman (David Corenswet) e também matá-lo. A trama se desenvolve em conflitos pessoais, de identidade, geopolítica e ação.


A primeira missão de Gunn é afastar o tom sombrio do universo pensado por Zack Snyder. Aqui Superman tem cores vivas que lembram paletas de cores da Era de Ouro da DC Comics. E a segunda é fazer o público se identificar com o personagem que assume mais a personalidade de um Humano do que um Deus.


Essa é a grande mensagem do longa. Gunn quer que o espectador se identifique com seu protagonista. Superman tem dúvidas quanto ao seu propósito, apanha dos seus adversários (vou desenvolver melhor isso durante a crítica), tem de ser salvo por outros personagens, se preocupa com vidas durante as batalhas (outro ponto que irei desenvolver). Temos aqui um Super-herói imperfeito. Um Deus humanizado.


E tratar o herói como imigrante intergalático assim como seus criadores Jerry Siegel e Joe Shuster idealizaram em 1933. Com um país militarizado oprimindo outro (alusão a Israel com o povo Palestino), e imagem que a opinião pública que nosso protagonista passa a ter em certo momento do longa (cultura de cancelamento). É uma forma que Gunn une a essência do principal herói da DC, com temas atuais. Então a mensagem de um herói humano, lidando com problemas reais e simbolizando esperança, é o grande acerto do filme.

Entretanto, a forma que é desenvolvido todas as tramas e ainda presa na fórmula de filmes de super-heróis, é que mora o grande problema do longa. Pois a mensagem que está evidente é diluída em pontos que às vezes remetem a problemas do antigo universo DC, que a Warner quer apagar de sua história.


“A prioridade do DCU são bons roteiros” disse Gunn em entrevista explicando como seriam os projetos do estúdio, inclusive dizendo que esse era o motivo a qual a Marvel tem perdido interesse do grande público. Mesmo que isso possa ser uma verdade, Superman não é um bom exemplo de um bom roteiro ou boa história. 


No longa temos várias tramas acontecendo sem nenhum tipo de respiro. A uma escolha em mostrar Superman, mas nunca Clark Kent. Além disso, parece que o protagonista está mais reagindo a cada plano de Luthor, do que um ser ativo do em sua história. E por mais que isso seja coerente com o que acontece em várias HQs, que servem como base para essa nova versão do heroi. No final, temos que ver a humanização de ambos os personagens ter que ser verbalizada. Onde Superman tem que explicar “que quão é humano. E que comete erros e se levanta novamente” (estilo Rocky Balboa). Enquanto, Lex fala de sua inveja, “a qual a inteligência vence tudo. E não deixar o mundo ser controlado por Metahumanos.” (O que corresponde como a Extrema-Direita se sente superior e dono do mundo).


O fato de o heroi apanhar e se levantar a cada batalha, não necessariamente dá o público a que essa escolha vá humanizar cada luta do personagem. Quando Superman está em apuros, ele é sempre salvo por “alguém” ou lembra que tem um leque de poderes, que já poderiam ter sido usados anteriormente.  E alguém está entre aspas é porque a figura de Krypto, o supercão, ou algum personagem da Gangue da Justiça, ou outra pessoa qualquer, estão lá sempre salvando a pele do protagonista e roubando a cena, onde o carisma de nosso heroi é diminuído.


Se temos que agradecer que Lois Lane (Rachel Brosnahan), não está mais no arquétipo donzela em perigo, e ser personagem ativa, isso não acontece com outros personagens do filme (tirando Lex e Krypto, que é um cão!), que são caricaturas de personagens, mas que ainda em cena com Superman, podem ter mais carisma que protagonista.


A notoriedade de James Gunn, que dirige e roteiriza o longa (é comandante do DCU), a qual forjou seu nome no rival com a trilogia dos Guardiões da Galáxia, parece que não sabe trazer e lidar com humor nesse projeto. Nenhum momento cômico funciona minimamente (talvez tirando a imprevisibilidade de Krypto). A momentos constrangedores, a qual uma cena dramática e cômica acontece ao mesmo tempo e criam um momento de sentimentos conflitantes. Lembram da primeira imagem do Superman calçando sua bota com um monstro na janela atacando a cidade? É somente um de vários momentos no qual o humor somado ao drama não funciona.


Se Luthor é um gênio que consegue criar um universo particular, James Gunn deve ter achado hilário pensar que os bots que usam a hashtag #SupermanShit, na verdade são macacos que estão digitando na frente de Computador (Sim, essa piada), ou que o conflito para resolver o problema geopolítico é uma selfie. Chega ser constrangedor a resolução do conflito no qual o menino está segurando um mastro com a bandeira do S de Superman, é resolvido de maneira anticlimática. Pois o maior problema está no outro canto do mundo. 


Longe de mim ser um viúvo do Universo Synder (que deveria ter morrido a muito tempo”), mas se o terceiro ato à época de Homem de Aço (2013), foi criticado por nível de destruição e falta de responsabilidade do herói com a cidade de Metrópolis. Perdão James Gunn, mas você talvez tenha ido até mais longe.


Superman é um recomeço que acerta no tom na mensagem que quer passar.  Mas é presa a lógica de filmes de heróis que foi consagrada pela concorrente. Se o tom e a essência estão finalmente presentes. Espero que os próximos projetos da DCU cumpram a promessa de uma boa história e um bom roteiro.


Comentários


Para Amantes de Cinema

Persona Crítica. Propriedade Daniel Victor. Crítica de Cinema

  • Facebook
  • Instagram
bottom of page