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Robô Selvagem: Um aprendizado sobre a essência humana através dos sentimentos.

  • Foto do escritor: Daniel Victor
    Daniel Victor
  • 15 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

Por Daniel Victor.

 

Robô Selvagem (2024) de Chris Sanders.



Robô Selvagem parte de uma questão que a ficção científica debate a muito tempo: “O que é ser humano?’, “Será que um robô pode ter sentimentos?”. Bem, por mais que essa abordagem não seja novidade, o novo longa da DreamWorks, traz mais uma “resposta” a essa e outras tantas questões. Em uma animação linda, que é uma das melhores de 2024.


Adaptado do livro homônimo de Peter Brown, O filme se passa em um futuro distante. Onde um robô, nossa protagonista Roz, se perde em uma ilha habitada somente por animais. Ela é programa para somente servir, mas fatos inesperados acontecem. Ela conhece Bico Vivo, um filhote órfão de ganso que acredita que Roz é sua mãe. Além de Astuto, uma raposa muito esperta que pouco a pouco vai se tornando seu amigo. Essa relação de robô e animais, vão construir um elo que vai desafiar o que nós entendemos de humanidade.


Dirigido e roteirizado por Chris Sanders (Lilo e Stitch e Como Treina Seu Dragão), mais uma vez acerta precisamente. Temos aqui uma animação em 3D que é um deleite para os olhos. As paisagens, o nível de detalhes, influências que vão da pintura e filmes clássicos de ficção científica. Mas se engana que somente o visual é o que nos encanta.


Aqui o foco são os sentimentos. Como um robô e animais interagindo nos explica sobre humanidade e o grande trunfo do filme. Apesar de robôs não terem gênero, Roz tem uma essência feminina. E a interação com os animais da ilha e principalmente com Bico Vivo e Astuto, vão humanizar o ser artificial que em sua programação de apenas servir, vai entender o que é o amor.


Apesar do longa ser linear, ele acontece em vários “blocos” de história. O começo é acelerado: com Roz perdida na ilha, conhecendo os animais que veem ela como um perigo e conhecendo Astuto e Bico Vivo. A partir dos 30 minutos, o filme se “acalma” e vai no ritmo normal.


No começo, Roz não é bem recebida pelos animais, que veem ela como uma ameaça. Mas ao conhecer Astuto, que começa de maneira dúbia (ajudando para conseguir o que quer) e Bico Vivo, que vê a robô como uma figura materna, a humanidade vai sendo construída. Esse é o brilhantismo do filme. Um robô interagindo com animais que falam (e são antropomórficos), ensinam sobre humanidade e sentimentos. Não, que nesse mundo os humanos não existam, mas não são eles que vão nos ensinar o que é “ser humano”.


Cada personagem tem seu arco narrativo: Roz, aprendendo sobre sentimentos e a ser uma mãe. Bico Vivo é um ganso pequeno que tem que aprender seu lugar no mundo, Astuto que aprende que amizade não é levar vantagem sobre os outros e a Ilha, que começa de forma preconceituosa com Roz e ao desenvolver da história, vão aprendendo a ter senso de comunidade.


O antagonismo da história fica justamente na empresa que construiu Roz e a quer volta para ser estudada. É interessante ver que a parte dos humanos é que nos fala de desumanização. Assim como o longa animado Wall-E.


O filme às vezes exagera em ser sentimental demais, com toques melodramáticos. Porém, eu não vejo isso como um defeito. Pois inúmeras vezes eu me emocionei durante o longa e me fez refletir sobre ser humano.


Robô Selvagem é uma animação que apesar de tratar de um tema já refletindo dentro da ficção científica, dá mais uma reflexão sobre ser humano através de um robô e animais. Um grande acerto da DreamWorks, mais um grande filme de Chris Sanders e um dos melhores longas de 2024.

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Para Amantes de Cinema

Persona Crítica. Propriedade Daniel Victor. Crítica de Cinema

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