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Melhores Filmes de 2024

  • Foto do escritor: Daniel Victor
    Daniel Victor
  • 6 de jan.
  • 19 min de leitura
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Olá a todos!

Essa é minha lista dos Melhores Filmes de 2024.

Obviamente, eu não assisti todos os filmes do ano e dentre os inúmeros que vi, vários ficaram de fora. Essa é uma lista pessoal.


Critérios:

 

Os filmes escolhidos têm como obrigação de terem suas estreias nos Cinemas ou Streamings no Brasil, no período de 01/01/24 a 31/12/24.

Os filmes de anos anteriores, que tiveram suas estreias no Brasil em 2024. O ano original do lançamento ficará ao lado.

Todos os Filmes terão Sinopses e Comentários. Apesar de alguns já terem críticas no Blog.

Filmes de 2024 vistos em Festivais não entram nessa lista.

 

Os nomes são:



25) Estranho Caminho (2023) de Guto Parente

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Sinopse: Um jovem cineasta retorna à sua cidade natal (Fortaleza), em meio à crescente crise da pandemia de Covid-19. O retorno inesperado é impulsionado pela necessidade urgente de se reconectar com seu pai, com quem está em silêncio há mais de uma década. O encontro com o pai, marcado por um misto de tensão e esperança. No entanto, logo após esse primeiro contato, eventos perturbadores e inexplicáveis começam a ocorrer ao redor do cineasta. À medida que a pandemia continua a se alastrar e a cidade enfrenta um cenário de incertezas e medo, o jovem cineasta se vê imerso em uma série de fenômenos estranhos que desafiam sua compreensão da realidade e da própria relação familiar. Ele é forçado a confrontar não apenas os fantasmas do passado, mas também as inquietantes novas ameaças que surgem, que parecem estar entrelaçadas com o avanço da pandemia e a complexa dinâmica com seu pai.

Comentário: Representando o Centenário do Cinema Cearense. O filme Cearense que mais gostei de 2024 foi Estranho Caminho. A história do longa se passa no período pandêmico, Pai (Carlos Francisco) e Filho (Lucas Limeira) convivem em uma relação com toque de suspense, terror e até fantasia construída por Guto Parente, é muito tocante e emocionante em sua mensagem. O longa recebeu diversos prêmios no Brasil e Mundo afora.

Outros nomes como Motel Destino, A Filha do Palhaço, Mais Pesado é o Céu, poderiam estar na lista.


24) Rivais de Luca Guadagnino

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Sinopse: No longa acompanhamos Tashi (Zendaya), uma tenista prodígio que se tornou treinadora, devido a um acidente. Casada com Art (Mike Faist), ela conseguiu transformar a carreira do marido, saindo de um jogador medíocre para um campeão mundialmente famoso. Quando Art esta tentando ultrapassar um momento difícil, onde apenas acumula derrotas, a estratégia de Tashi toma um rumo inesperado: ela convence o marido a jogar em um torneio "Challenger" - o nível mais baixo do circuito profissional - onde terá de enfrentar Patrick (Josh O'Connor), o seu antigo melhor amigo e ex-namorado de Tashi. Patrick, que também já foi um talento promissor, agora se encontra esgotado e lentamente caminha para o fim de sua carreira. O encontro dos três pode ser capaz de reacender velhas rivalidades dentro e fora da quadra e resultar em um rumo diferente para a carreira de todos.

Comentário: Quem me conhece, sabe que não achei esse filme genial. Mas abrindo mais espaço para a lista, o filme entrou no meu Top 25. O nome original Challenger, é um nome perfeito para a obra. Já que serve tanto para o campeonato, como para a disputa dos dois protagonistas. Rivais, tem excelentes atuações e roteiro bem construído, que dá motivações, consequência para o “trisal”. As cenas do jogo de tênis são estranhas, mas é somente o pretexto que Luca Guadagnino constroi sua história e narrativa, utilizando a montagem de maneira interessante. Eu poderia ter escolhido Queer, longa do diretor, que também foi lançado em 2024. Mas apesar de ser mais intimista, a adaptação viaja em certos momentos. E a trilha sonora do filme é muito boa (vamos fingir que não vi o Globo de Ouro 2025 e não me lembrava dessa trilha).


23) Dahomey de Mati Diop

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Sinopse: A partir da notícia de novembro de 2021 da devolução de relíquias africanas promovida pelo governo de Emmanuel Macron, a cineasta acompanha a restauração de 26 artefatos do reino de Daomé (Dahomey), o Museu do Quai Branly, em Paris, ao seu país de origem, a atual República do Benin. Os objetos foram saqueados por tropas coloniais francesas durante o final do século XIX. 

Comentário: O documentário Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2024, nos faz questionar a processo de colonização e preservação da arte, história e cultura de um povo. 26 obras devolvidas para que os Franceses pedissem “desculpas “por todo massacre e colonização que o povo de Daomé passou e agora tem, sua arte devolvida. Porém, a cineasta Mati Diop, não retrata apenas como uma grande piada dos Colonizadores bonzinhos com os Colonizados, devolverem tão pouco para a povo de Benin. Ela escuta os jovens que em uma espécie de congresso, discutem se as poucas obras devolvidas são melhores do que nada. Como preservar e relembrar a história do povo, que estava esquecida por alguns. Como as crianças e jovens terão acessos a essas obras. E como exigir que mais obras sejam devolvidas para eles.

O documentário político poderoso, que ainda conta com uma poesia estabelecida pela cineasta. Como as 26 obras fossem uma única voz e narram seus pensamentos sobre a viagem e pertencimento.


22) Look Back de Kiyotaka Oshiyama

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Sinopse: O longa é baseado no mangá de Tatsuki Fujimoto e é diridigo por Kiyoshi Kiyotaka Oshiyama. A trama vai falar sobre Ayumu Fujino, uma estudante do ensino fundamental, tem seus mangás de comédia publicados no jornal periódico da escola. Sua confiança absoluta em seu talento é abalada quando as tirinhas de Kyomoto, uma aluna reclusa e que não consegue frequentar as aulas presencialmente, também ganham espaço e a atenção dos alunos. O amor pela arte de desenhar mangás e a dedicação de ambas acabam unindo Fujino e Kyomoto, fazendo com que elas se esforcem para alcançarem seus sonhos. Look Back é um conto sobre juventude, união e amizade, mas também sobre alegria e tristeza, conquista e frustração, em um olhar único sobre como o esforço e a prática podem levar à perfeição, mas também proporcionam momentos incríveis durante essa jornada.

Comentário: O longa de menos de 1 hora tem conta uma história extremamente poderosa. Amizade, possibilidades. A fantasia que permeia o filme, nos traz esperança a tristeza de alguns incidentes da vida da protagonista. Infelizmente, a película não está disputando as grandes premiações. Azar o deles.


21) Ficção Americana (2023) de Cord Jefferson

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Sinopse: No longa, o autor Thelonious "Monk" Ellison (Jeffrey Wright) fica irritado depois que um de seus trabalhos não foi aceito pelas editoras e sua carreira parece estar estagnada pois sua obra não é considerada "negra o suficiente". Enquanto isso, o livro We's Lives in Da Ghetto, de Sinatra Golden (Issa Rae), chega a lista de mais vendidos, deixando o autor em crise ainda mais frustrado. Ao perceber o tipo de conteúdo que o público está interessado, Thelonious decide escrever um romance satírico sob pseudônimo na intenção de expor as hipocrisias do mundo editorial.

Comentário: Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado de 2024. A comédia, adaptada do livro Erasure, de Percival Everett. O longa é uma sátira à sociedade, que só quer ver histórias de minorias sempre do mesmo formato. Eficiente em sua crítica e roteiro e boas atuações.


20) Love Lies and Bleeding de Rose Glass

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Sinopse: O longa é um romance ambientado na década de 1980 que acompanha a vida da reclusa gerente de academia Lou (Kristen Stewart), que acaba se apaixonando por Jackie (Katy M. O'Brian), uma ambiciosa fisiculturista que viaja da cidade até Las Vegas em busca de seu sonho. Mas essa história de amor fulminante entre elas desencadeia a violência, puxando-as profundamente para a teia da família criminosa de Lou, resultando em um romance cheio de ego, desejos, sangue e vingança

Comentário: Um longa cheio de reviravoltas e que coloca o espectador sempre surpreso com toda tensão que vai se criando. Com excelentes atuações e um roteiro e direção precisa. 


19) Pobres Criaturas (2023) de Yorgos Lanthimos

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Sinopse: O filme baseado no livro homônimo de Alasdair Grey, trata-se de romance e ficção científica que referencia o clássico Frankenstein. A história se passa na Era Vitoriana e acompanha Bella Baxter (Emma Stone), trazida de volta à vida após um experimento realizado pelo doutor Godwin Baxter (Willem Dafoe), um cientista brilhante, porém nada ortodoxo. Querendo conhecer mais do mundo, a jovem foge com um advogado e viaja pelos continentes, exigindo igualdade e libertação. 

Comentário: Vencedor do Festival de Veneza de 2023. Vencedor de Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Penteado, Melhor Design de Produção e o Segundo Oscar de Melhor Atriz para Emma Stone, no Oscar 2024. O longa de Lanthimos é o mais normal em sua carreira. A história de Bella Baxter é uma crítica à moral e ao papel que as mulheres têm de ter na sociedade. A evolução da protagonista nos mostra como somos frutos da sociedade e que nossas individualidades são necessárias para vencer os tabus.


18) Alien Romulus de Fede Álvarez

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Sinopse: O longa é um thriller de ficção científica que retorna às raízes da franquia de sucesso Alien, o 8º Passageiro (1979). Ambientado entre os eventos do filme de 1979 e Aliens, O Resgate (1986). A trama acompanha um grupo de jovens colonizadores espaciais que se aventuram nas profundezas de uma estação espacial abandonada. Lá, eles descobrem uma forma de vida aterrorizante, forçando-os a lutar desesperadamente por sua sobrevivência.

Comentário: Só tivemos que esperar 38 anos para ter um filme da franquia Alien no nível dos primeiros. Álvarez dirige cenas de terror com maestria e cria um clima tenso para o filme. Homenageando os clássicos e respeitando até Prometeus. Alien Romulus é um grande longa para uma franquia que merecia muito mais. 


17)  Meu Amigo Robô (2023) de Pablo Berger

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Sinopse: Baseado no quadrinho homônimo de Sara Varon. O longa conta a história de Dog, um cachorrinho que mora em Manhattan, que ao se sentir cansado de ficar sozinho decide comprar um robô para ser seu companheiro. Ao ritmo da Nova York nos anos 90, a amizade floresce e eles se tornam inseparáveis. Mas devido um incidente, Dog é obrigado a abandonar o robô na praia e precisa esperar até o dia seguinte para buscá-lo, mas o que era para ser uma tarefa fácil acaba se transformando em um grande obstáculo.

Comentário: A relação de Dog e seu amigo Robô é emocionante e divertida. Com cenas e sequências que mostram a solidão, o que é amizade e os caminhos imprevisíveis que a vida nos dá. 


16) O Menino e a Garça (2023) de Hayao Miyazaki

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Sinopse: Baseado no livro de Genzaburo Yoshino de 1937, o longa conta a história de Mahito Maki, um jovem que vive no Japão. Após a morte de sua mãe, Mahito se muda com a família para uma propriedade no campo junto com sua nova madrasta, onde uma série de eventos misteriosos o levam a uma torre antiga e isolada, lar de uma garça travessa. Quando sua madrasta desaparece, o menino segue uma garça e entra num mundo fantástico, habitado pelos vivos e pelos mortos, e embarca em uma jornada épica ao lado da garça que o guia a descobertas sobre os segredos deste mundo e a verdade sobre si mesmo.

Comentário: Vencedor do Oscar de Melhor Animação de 2024. O Menino e a Garça (tradução do título original: “Como Nós Vivemos?”), é o filme mais intimista de Miyazaki (talvez seu último). O diretor de 84 anos (completados ontem a data desta publicação), retorna ao fantástico e diante da morte e tragédias nos pergunta: ‘Como nós devemos nossas vidas se a dor é inevitável?” A resposta fica na responsabilidade do espectador. Porém, a película nos dá esperança na pergunta feita. Tomara que esse não seja o último filme do diretor. E ele só não está mais alto na lista, pois o longa foi me impactando semanas depois que eu o assisti.


15) Cidade; Campo de Juliana Rojas

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Sinopse:  O filme acompanha a história de duas mulheres que transitam entre a vida urbana e rural em busca de um novo começo. Após um desastre natural devastar suas terras, Joana (Fernanda Vianna) foge para São Paulo, onde tenta recomeçar do zero em um ambiente desconhecido. Enquanto isso, Flávia (Mirella Façanha) se muda com sua esposa, Mara (Bruna Linzmeyer), para a fazenda de seu falecido pai, onde ambas enfrentam os desafios de se adaptar à vida no campo. A narrativa explora as transformações e desafios enfrentados pelas protagonistas em meio a novas paisagens e realidades, destacando a luta pela sobrevivência e a busca por identidade em contextos de ruptura e mudança.

Comentário: Vencedora da Melhor Direção na Mostra Encounters. Juliana Rojas se mostra como uma das melhores cineastas no nosso país. O longa conta duas histórias distintas, mas que se conectam em várias temáticas. Todo o repertório da diretora está aqui: Terror, musical, personagens femininas fortes e da comunidade LGBTQA+ Ainda acho Sinfonia da Necrópole o seu melhor filme. Mas Cidade; Campo merece todos os elogios.


14) Wicked de Jon M. Chu

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Sinopse: Baseado no musical homônimo da Broadway. O longa é o prelúdio da Mágico de Oz, sendo a primeira parte. Conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entra o caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.

Comentário: Wicked é a grande surpresa de 2024 para mim. Não esperava que ia gostar tanto de musical, que por sinal, não tem medo de ser grandioso e contar uma história que nos faz mudar a percepção de um clássico. Com excelentes atuações e visualmente incrível, o longa é quase perfeito. Além das canções e números musicais muito bons.


13) Segredos de Um Escândalo (2023) de Todd Haynes

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Sinopse: Inspirado em uma história real. O filme conta a história de Gracie (Julianne Moore) e seu marido Joe (Charles Melton), que é 23 anos mais novo que ela. O relacionamento dos dois começou quando Joe ainda tinha 13 anos, causando um escândalo nos jornais. Vinte anos depois de seu romance ter chegado às manchetes, o casal está se preparando para que seus gêmeos começam o ensino médio e vivem uma vida tranquila. No entanto, suas rotinas viram de cabeça para baixo quando a atriz Elizabeth Berry (Natalie Portman) vem estudar Gracie para um papel no cinema. Com um clima desconfortável, segredos vão aos poucos se revelando em relações mal resolvidas.

Comentário:

Comentário: O longa de Todd Haynes baseado em uma história real. E um verdadeiro estudo de personagens, utilizando a metalinguagem como artifício para potencializar a narrativa. Aos poucos, as máscaras caem e vamos percebendo as inúmeras camadas de cada personagem e a relação entre eles.


12) Assassino por Acaso (2023) de Richard Linklaler

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Sinopse: Baseado em uma história real. Acompanhamos Gary Johnson (Glen Powell) é o assassino profissional No entanto, nem tudo é o que parece: para os seus clientes, Gary passa como um assassino de aluguel comum, mas, na verdade, ele trabalha para a polícia. Como parte do seu trabalho, ele investiga a vida daqueles que o contratam para eliminar outra pessoa. Gary sempre seguiu à risca o protocolo do seu trabalho, até um dia em que ele precisou ajudar uma mulher desesperada tentando fugir do seu marido abusivo e se viu encarnando uma das suas falsas personas apaixonando-se pela mulher e flertando com a possibilidade de se tornar de fato um criminoso.

Comentário: O filme que realmente me tirou risadas no cinema. Baseado em uma história real, é impressionante como a trama nos envolve e nos diverte. Em uma cena que envolve um interrogatório e um celular, é um show de atuação de Glen Powell e Madison Figueroa Masters.  


11) O Mal que Habita em Nós (2023) de Demián Rugna

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Sinopse: A longa se passa em uma pacata cidade do interior da Argentina, onde dois irmãos encontram um corpo mutilado perto de sua propriedade e se reúnem com os moradores locais para investigarem o ocorrido. Eles acabam descobrindo que o homem encontrado está infectado pelo diabo e está prestes a dar a luz a um demônio real. Desesperados, os habitantes tentam escapar do local antes que o ser maligno venha à terra, mas o tempo parece não estar a seu favor e o caos é instaurado por completo.

Comentário: Um filme de possessão demoníaca que não tenta inventar a forma, mas consegue ser original. Ambientado no interior da Argentina, o longa cria um clima perturbador e mesmo respeitando convenções do gênero, consegue uma originalidade pela forma que o diretor conduz a narrativa.


10) Robô Selvagem de Chris Sanders. Crítica completa no Blog

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Sinopse: Baseado no livro homônimo de Peter Brown. O longa conta a história épica do robô Roz. Preso nesta ilha aparentemente sozinho, Roz precisa sobreviver às intempéries da floresta. Sua única esperança é se adaptar ao ambiente hostil e avesso às suas programações. Para isso, Roz passa a conviver com os animais aprendendo sobre a vida na selva e os modos de sobrevivência na natureza. É durante essa exploração que Roz encontra um filhote de ganso e estabelece como missão cuidá-lo. Desse laço inesperado com o bicho abandonado, Roz se aproxima de uma realidade nova e instigante, construindo uma relação harmoniosa com os animais nativos.

Comentário: Talvez o grande retorno da DreamWorks? O estúdio aposta em um longa com uma história que adapta perfeitamente o livro base. Visualmente lindo e com personagens cativantes. Torço para Robô Selvagem ou Flow (que ainda irei assistir), leve o Oscar de Melhor Animação de 2025.


9) Zona de Interesse (2023) de Jonathan Glazer

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Sinopse: O longa trata-se de um drama histórico que se passa durante a Segunda Guerra Mundial. Adaptado do romance homônimo escrito pelo autor Martin Amis, no ano de 2014. A trama traz Rudolf Höss (Christian Friedel), o comandante de Auschwitz, e sua esposa Hedwig (Sandra Hüller), que desfrutam de uma vida aparentemente comum e bucólica, em uma casa com jardim. Mas, por trás da fachada de tranquilidade, a família feliz vive, na verdade, ao lado do campo de concentração. O dia a dia destes personagens se desenrola entre os gritos abafados de desespero, de um genocídio em curso, do qual, eles também são diretamente responsáveis.

Comentário: Ganhador do Grand Prix do Festival de Cannes de 2023 e Vencedor dos Oscars de Melhor Filme Internacional e Melhor Som no Oscar 2024. Glazer traz um dos filmes mais interessantes dos últimos anos. Discutindo a Banalidade do Mal, através do família, onde o patriarca participa do Holocausto, o longa convida o espectador a conviver com a normalidade de uma família, que mora ao lado de um campo de concentração. O som é essencial, pois não vemos o massacre e crimes contra a humanidade, mas ouvimos e imaginamos o que está acontecendo. Um filme único e desafiador.


8) Duna: Parte 2 de Denis Villeneuve

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Sinopse: A segunda parte do longa de 2021.Em Duna: Parte 2, acompanhamos a saga de Paul Atreides (Timothée Chalamet), que se une a Chani (Zendaya) e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Uma jornada espiritual, mística e marcial se inicia. Para se tornar Muad'Dib, enquanto tenta prevenir o futuro horrível, mas inevitável que ele testemunhou, Paul Atreides vê uma Guerra Santa em seu nome, espalhando-se por todo o universo conhecido. Enfrentando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, Paul deve evitar um futuro terrível que só ele pode prever. Se tudo sair como planejado, ele poderá guiar a humanidade para um futuro promissor.

Comentário: Sim, o livro de Frank Herbert conseguiu ser adaptado para o Cinema. Na parte dois, Villeneuve expande e finaliza a história do livro Duna. Em termos técnicos, o longa é irretocável e nos alerta para os Messias, que não são exatamente nossos salvadores.


7) A Substância de Coralie Fargaet

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Sinopse: O longa traz a trama de Elisabeth Sparkle (Demi Moore) uma celebridade em declínio que enfrenta uma reviravolta inesperada ao ser demitida de seu programa fitness na televisão. Desesperada por um novo começo, ela decide experimentar uma droga do mercado clandestino que promete replicar suas células, criando temporariamente uma versão mais jovem e aprimorada de si mesma. Agora, a atriz se vê dividida entre suas duas versões (Margaret Qualley), que devem coexistir enquanto navegam pelos desafios da fama e da identidade. Em uma perturbadora trama de body horror e crítica a sociedade machista.

Comentário: As primeiras reações da primeira exibição do Festival de Cannes (onde o longa ganhou o Prêmio de Melhor Roteiro), eu sabia que estaríamos diante de um filme que traria muitas discussões. Coralie Fargaet cria uma história original fazendo referências claras a Médico e Monstro, Frankenstein e outros clássicos. Um forte soco no estômago e uma crítica pertinente a sociedade machista que exige das mulheres a perfeição. Trágico,  o body horror, traz possibilidades dramáticas. Além de fazer paralelo à carreira de Demi Moore, que ganhou o Globo de Ouro de 2025 (Nunca fiquei tão feliz por ter atrasado uma publicação), com um discurso emocionante.


6) Os Rejeitados (2023) de Alexander Payne

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Sinopse: O longa se passa perto do natal, onde alunos e professores do prestigiado internato Barton Academy se preparam para passar suas férias com as famílias e amigos. No entanto, um grupo conhecido como Os Rejeitados fica para trás, sem lugar ou pessoas para visitar. Paul Hunham (Paul Giamatti), um professor altamente desgostado pelo corpo docente, sempre fica para trás e contra a sua vontade, é o responsável por cuidar dos estudantes que precisam ficar no colégio no feriado. Durante a tarefa, ele precisa lidar especificamente com Angus (Dominic Sessa), um aluno problemático, além da cozinheira Mary Lamb (Da'Vine Joy Randolph), que vive um luto por ter perdido seu filho na guerra.

Comentário: Os longas de Alexander Payne são emocionantes e reflexivos. Seus personagens tem várias camadas e são profundos. Os Rejeitados é um excelente longa, que apesar de não ser tão original, é eficiente na história e poderoso na mensagem que todos nós podemos mudar, apesar da dores que carregamos.


5) O Quarto ao Lado de Pedro Almodóvar. Crítica completa no Blog.

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Sinopse: Baseado no livro “What are You Going Through” de Sigrid Nunez. No longa somos apresentados a Ingrid (Julianne Moore), uma escritora que acaba de lançar um best seller sobre como lidar com a morte. E a Martha (Tilda Swinton), uma ex-repórter de guerra. Amigas na juventude, elas se reencontram quando Martha está em fase terminal de câncer. E cansada de tratamentos que não fazem efeito, Martha faz a Ingrid um pedido: “Eu escolhi abraçar a morte, mas não tenho medo dela, apenas não quero encará-la sozinha. Vamos viajar para uma casa. Eu apenas quero que você esteja no “Quarto ao lado”, quando eu me tomar a decisão”.

Comentário: Como eu disse na crítica, talvez esse não seja o filme que os fãs da filmografia de Almodóvar vão gostar mais. Mas o longa em língua inglesa traz duas atuações incríveis que se complementam, e até invertem os papeis. Como devemos reagir perante a morte? Não existe uma única resposta a essa pergunta. Mas o diretor cria uma película poética e reflexiva diante desse tema.


4) Anatomia de Uma Queda (2023) de Justine Triet

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Sinopse: O filme se trata de um thriller de suspense e tribunal que conta a história de um homem que é encontrado morto na neve do lado de fora do chalé isolado onde morava com sua esposa Sandra (Sandra Hüller), uma escritora alemã, e seu filho de 11 anos com deficiência visual. A investigação concluiu se tratar de uma "morte suspeita": é impossível saber ao certo se ele tirou a própria vida ou se foi assassinado. A viúva é indiciada, tendo seu próprio filho no meio do conflito: entre o julgamento e a vida familiar, as dúvidas pesam na relação mãe-filho, pois o menino é a única testemunha do acontecido.

Comentário: Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2023 e Vencedor de Melhor Roteiro Original no Oscar 2024. E minha escolha para ganhar o Oscar de Melhor Filme de 2024. O longa é cativante e conta uma história que não quer nos dar a resposta, mas nos instiga para todas as possibilidades. Um grande ano para Sandra Huller, que além de protagonizar esse filme, também participou de Zona de Interesse. Mas a melhor atuação do ano é na verdade do cachorro da família, o personagem Le chien (Messi). E não aceito outra interpretação melhor do que essa. Haha.


3) Ainda Estou Aqui de Walter Salles. Crítica completa no Blog.

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Sinopse: O novo longa de Walter Salles trata-se de uma cinebiografia adaptada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. A história narra a trajetória de Eunice Paiva (Fernanda Torres/Fernanda Montenegro), e sua família.  Quando seu marido, Ruben Paiva (Selton Mello), é capturado e desaparecido pelo regime. Eunice tem que enfrentar todo o estado ditatorial em busca de respostas, enquanto tem que cuidar dos seus 5 filhos. O que a leva a lutar por justiça, se tornando uma grande jurista e ativista pelos direitos humanos.

Comentário: Vencedor do Melhor Roteiro no Festival de Veneza. E é o nosso representante do Brasil para a indicação a Melhor Filme Internacional do Oscar 2025. O filme baseado em fatos, nos conta através de desaparecimento e morte do deputado Rubens Paiva, nos apresenta através do microcosmo de uma família de classe média do Rio de Janeiro, como foi terrível a Ditadura Militar no Brasil. Walter Salles cria um filme fortíssimo sobre o poder da memória, e traz a luz como o regime cruel afeta nossa história até hoje. Na crítica eu desenvolvi muito mais que simples comentários que estou fazendo agora. Mas sem ufanismo, todas as atuações são incríveis, mas a de Fernanda Torres é uma das melhores de 2024. E ela foi premiada com o Globo de Ouro de 2025 (“Um mago nunca se atrasa.” Haha). E até a data desta publicação é a melhor atuação feminina da temporada.


2) Jurado. N° 2 de Clint Eastwood

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Sinopse: Talvez o último filme escrito e dirigido pelo lendário ator, diretor e roteirista Clint Eastwood. Jurado. N° 2 , é um thriller jurídico que acompanha o drama de Justin Kemp, interpretado por Nicholas Hoult, que está servindo em "jury duty", o serviço obrigatório dos Estados Unidos que escala os membros do júri de casos criminais. O tal “homem perfeito da América”, está envolvido diretamente no crime que é jurado. Então, uma grande questão moral e ética permeia todo o filme o nos pergunta: O que é Justiça?

Comentário: É impressionante o desrespeito que Warner e os Cinemas tiveram com Clint Eastwood, que por sua postura conservadora, foi “cancelado”. E é incrível como esse cancelamento conversa perfeitamente com o que o filme fala. O diretor de 94 anos, que é uma lenda viva tanto como ator e direção, faz um longa tão poderoso sobre o que é justiça. É uma mistura de 12 homens e uma sentença. Rashômon, e outros clássicos da história do Cinema. A narrativa, atuações, direção e montagem com planos precisos, é uma trama que deveria ter sido mais valorizada na temporada de prêmios. Azar o deles. Se esse for o último filme de Clint Eastwood, é uma despedida com o melhor filme de 2024, visto nesse ano.


1)    Dias Perfeitos (2023) de Win Wenders

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Sinopse: O longa acompanha a história de Hirayama (Koji Yakusho), um homem de meia idade reflexivo que vive sua vida de forma modesta como zelador e limpando banheiros em Tóquio. Sua vida é revelada ao espectador através da música que ouve, dos livros que lê e das fotos que tira das árvores, uma vez que são suas três paixões. À medida que a vida de Hirayama avança, encontros inesperados começam a surgir revelando um passado sombrio e não tão metódico do zelador. O longa explora temas como a solidão, fuga e busca de sentido na vida moderna.

Comentário: O meu filme favorito de 2024. Dias Perfeitos ganhou o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio de melhor ator para Koji Yakusho. É impressionante como Win Wenders constroi uma narrativa que mostra o cotidiano banal, mas como sempre o mesmo dia traz consigo mudanças, que podem mudar nossa percepção daquele dia e da vida. Poético, introspectivo e fascinante. Um estudo de personagem que esconde no sorriso um passado com dores que não precisa ser contadas, e uma gratidão por estar vivo e viver dia após dia. A última cena, que mistura alegria e tristeza na mesma expressão do ator Koji Yakusho, mostra que os Dias Perfeitos moram em como nós decidimos encarar e viver a vida.


Bem. essa é minha Lista de Melhores Filmes de 2024. Espero escrever a Lista dos Melhores de 2025 também. 


Obrigado a todos. e Continuem acompanhando o Persona Crítica.

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Para Amantes de Cinema

Persona Crítica. Propriedade Daniel Victor. Crítica de Cinema

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