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Elio: Premissa grandiosa em uma fórmula repetitiva.

  • Foto do escritor: Daniel Victor
    Daniel Victor
  • 22 de jun.
  • 3 min de leitura

Elio (2025) de Adrian Molina. Madeline Sharafian. Domme Shi.


Por: Daniel Victor.

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Um dos elementos que mais eu achava fascinante da Pixar era a construção de um mundo a partir de uma premissa simples, porém genial: E se uma comunidade de formigas tivesse que lutar para não serem explorada? E se bonecos na verdade tivessem vida? E se os monstros que assustam as crianças a noite fossem uma empresa? E se tivesse uma câmara de controle no nosso cérebro que fossem responsáveis pelas nossas emoções?


Infelizmente, a companhia, que é comandada pela Disney, nem sempre tem acertado e vários de seus projetos têm dado prejuízo (às vezes culpa da própria Disney). Isso fez que o estúdio adotasse a onda de “jogar no seguro”, adotando a onda das prequels e sequências, em nome de projetos originais.


Elio, novo longa da Pixar, tem a mistura do melhor do estúdio: uma ótima premissa (talvez a maior já feita pela companhia), juntamente com animação de encher os olhos. Entretanto, presa na fórmula que a Disney tem adotado nos seus filmes, que por mais que funcional, soa repetitiva.


No longa acompanhamos Elio, um menino apaixonado pelo espaço e uma grande obsessão por alienígenas. Um dia, ele é abduzido por acidente, para o Comuniverso, uma organização interplanetária que abriga representantes de galáxias de todo o universo. O garoto é confundido como o líder da Terra e para entrar na comunidade universal, terá que uma conflito intergaláctico com Lord Gridon, líder de uma raça guerreira que quer dominar as galáxias.


A uma tentativa de grande para apresentar a grande premissa do longa, porém a maneira que é apresentada e como é respondida é o grande problema do filme. Estamos sozinhos no Universo? Tal questão existencialista é respondida de forma aceitável e eficaz, entretanto, a forma que essa pergunta é feita, está dentro de uma fórmula que o estúdio se acostumou e que prejudica a qualidade que suas obras passaram a ter recentemente.


Elio perdeu seus pais recentemente e agora é cuidado por sua Tia Olga, que é uma militar que trabalha no centro de estação espacial. E no Comuniverso, nosso protagonista une forças com Glordon, filho do Lord Gridon. Essa é a grande proposta do filme, correlacionar a solidão e falta de comunicação familiar (já que Elio e Olga e Glordon e Lord Gridon não se entendem), e forçar isso na premissa grandiosa do longa.


Não me entendam mal. Eu sei que narrativas com órfãos e problemas familiares não são novidades no cinema. Ultimamente, esse tropo narrativo tem sido quase como obrigatório (Olá, A24!), que Hollywood tem adotado para contar suas histórias. É óbvio que não esperava que um filme infantil me desse uma resposta complexa para uma premissa tal qual. Porém, o que fazia “Magia Pixar”, era justamente utilizar a premissa de forma tão criativa e explorar o universo criado. Já aqui a fórmula vem a frente e depois forçamos a ideia por trás do longa.


Apesar do apuro técnico da animação ser louvável e utilizar bem o 3D em sua profundidade de campo. O filme está longe de ser algo grandioso. Todo o Comuniverso é apresentado em minutos. A somente uma um personagem representando toda uma raça alienígena e todos não tem personalidade marcante. O espectador já sabe o que vai acontecer em um roteiro tão preguiçoso, que precisa de narrador e Voz Over, que surge do absoluto nada para relacionar solidão e falta de comunicação familiar, com a premissa se nós estamos a sós no universo e se um dia vamos descobrir que essa pergunta pouco importa se não valorizarmos que está ao nosso lado.


Apesar de tudo dito, espero que o longa seja um sucesso comercial, pois prefiro assistir longas que tentam algo novo do que sequências preguiçosas. Talvez minha decepção more em ver um projeto original da Pixar esteja preso numa fórmula. Já que toda equipe criativa é a mesma de Divertidamente 2, o que explica a pobreza de ideais.


Elio, é um longa onde a fórmula precede a premissa (Sartre se revira no túmulo). É triste ver a Pixar que já nos deu tantas obras primas sequer conseguir contar uma história original emocionante. Logo mostrando a crise de Hollywood, que aposta apenas no seguro ou em sequências certas de retorno financeiro imediato apenas pelo nome.



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Para Amantes de Cinema

Persona Crítica. Propriedade Daniel Victor. Crítica de Cinema

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