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A Lenda de Ochi: Quando a novidade é apena um clichê.

  • Foto do escritor: Daniel Victor
    Daniel Victor
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

A Lenda de Ochi (2025) de Isaiah Saxon


Por: Daniel Victor.

Por mais pejorativo que o termo tenha, clichês são replicados por duas razões: 1. Pois é uma fórmula consolidada que já funcionou. 2. Um formato que de certo modo ainda funciona. Nas mãos certas, essas narrativas, ainda podem criar uma sensação de “originalidade”. Infelizmente, o novo filme com selo da A24, A Lenda de Ochi, tem na superfície uma esperança de um longa com potencial, mas cai na completa trivialidade e só reforça o termo negativo de que clichê é.


Em um vilarejo pacato entre as montanhas de uma ilha no Mar Negro, uma lenda que percorre toda região. Os Ochi, são criaturas místicas e ancestrais que moram na região e causam medo à população local. Então, um grupo de crianças lideradas por um adulto, tem como objetivo eliminar tal terror. Dentre elas está a pequena Yuri (Helena Zengel), que desde pequena é influenciada pelo pai Maxim (Willem Dafoe), o comandante do grupo de crianças que caçam os ochis, que tais monstros são o “mal encarnado”. Entretanto, após uma noite de caçada não bem-sucedida, um filhote da criatura que está machucada encontra a garota. E daí uma amizade inesperada surge, a qual menina tenta levar seu novo amigo de volta para onde ele vive.


A direção e roteiro de Isaiah Saxon, contém inúmeras influências de histórias que já conhecemos. A elementos de E.T. O Extraterrestre (1982), Os Goonies (1985), Moonrise Kingdom (2012) e da série Stranger Things (2016 – Dias atuais). Tais referências poderiam ser utilizadas para desenvolver uma história no mínimo funcional ou até mesmo original. Porém, o filme é apenas um amontoado de clichês (e aqui eu uso de maneira pejorativa), que não propõe absolutamente nada que aguce o interesse do espectador. 


Por mais que na introdução assistimos a um grupo de crianças que são responsáveis pela defesa da ilha e uma mistura que visual traz aquela com elementos medievais e contemporâneos juntos na localidade, dá uma breve sensação de algo “novo” para o espectador. Mas infelizmente nada disso é desenvolvido. Caímos em mais uma trama convencional de amizade improvável, pessoas e monstros podem conviver e que na verdade todos os conflitos não passam de um mal-entendido.


A história utiliza todos os elementos narrativos tão repetidos que chegam a ser decepcionantes: órfãos que tiveram as vidas afastadas pelos os Ochis, como a protagonista e Petro (Finn Wolfhard, ator da série Stranger Things); amizade improvável de Yuri e um filhote do que ela mais tem; Adultos bobos e crianças espertinhas. Batidas narrativas que em certos momentos querem ser até subvertidos, porém até a subversão já foi utilizada.


Até em signos visuais são previsíveis, como a roupa de Yuri: uma calça jeans azul e jaqueta amarela. Reparando bem, são iguais as cores dos Ochis (pelagem amarela e rosto azul). Não que padrões e rimas visuais não sejam vistos como algo bom. Mas quando isso fica tão evidente, nos passa o efeito contrário de preguiça.


Porém, a escolha de utilizar efeitos práticos e efeitos visuais, funcionam muito bem. Além dos ambientes fantásticos belos e críveis. Todos os Ochis são “bonecos”, onde a movimentação é feita por CGI. Por mais que essa mistura não seja novidade, isso ajuda o longa não ficar datado.


A Lenda de Ochi é um claro caso de um longa que utiliza de inúmeras batidas narrativas tão previsíveis, que ao tempo todo estamos em torno de clichês. E como já defendido, nas mãos certas pode ter um ar de originalidade. O que infelizmente não ocorre aqui.


A minha amada Rai que não é nada clichê.


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Para Amantes de Cinema

Persona Crítica. Propriedade Daniel Victor. Crítica de Cinema

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