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Moana 2: Ao aumentar o seu Universo. Aumenta os problemas.

  • Foto do escritor: Daniel Victor
    Daniel Victor
  • 26 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura

Moana 2 (2024) de David G. Derrick Jr. Jason Hand. Dana Ledoux Miller.


Por: Daniel Victor.

Confesso que Moana: Um Mar de Aventuras (2018), não me cativou tanto quanto várias pessoas que conheço. O filme traz consigo uma bela história, representando fielmente um povo e cultura (Isso não é novidade para Disney), e com uma personagem feminina forte, porém atrapalhada (Fórmula que a Disney e Pixar, tem utilizado cada vez mais nos últimos anos e ire desenvolver na crítica). Moana 2 é uma sequência direta que aposta em aumentar tudo em relação ao antecessor, e com isso, aumenta seus problemas.


Moana e Maui se reencontram após três anos para uma nova e incrível jornada. Após receber um chamado de seus ancestrais, Moana (agora uma navegadora). parte em rumo a novos mares distantes da Oceania, desbravando águas perigosas, rumo a uma aventura diferente de todas as que já viveu: achar uma ilha que reúne todos os povos perdidos do mar. Mas além, do seu amigo semideus, ela conta com um grupo improvável de marujos da sua tribo.


Diferente de Divertidamente 2 (2024), em Moana 2, realmente temos uma sequência direta disposta a expandir o mundo do seu antecessor: conhecemos novos personagens relevantes para história, o mundo é expandido, com mais canções em sequência mais elaboradas e com uma evolução significativa na qualidade da animação.


Agora sofre nova direção em relação ao primeiro longa. David G. Derrick Jr. Jason Hand. Dana Ledoux Miller, são responsáveis em criar e expandir o mundo de Moana. E os três são competentes principalmente no que tange ao visual. Aqui temos um filme ainda mais belo quemo anterior, e com sequências oníricas e músicas mais elaboradas, que são muito boas e clara evolução ao primeiro filme.


Aqui Moana é uma personagem mais madura e agora é uma navegadora. Apesar da “nova fórmula”, que a Disney e Pixar, ainda se aplicam a personagens femininas, desde Enrolados (2010). Ambos os estúdios pouco a pouco vão tentando criar personagens femininas fortes, que são destemidas, mas por sua vez às vezes bobinhas e atrapalhadas e que não precisam de um príncipe encantado (não é o caso de Enrolados). Valente, Frozen, Frozen 2, Raya e o Último Dragão, Encanto etc. Uma nova forma de dizer “estamos cada vez mais construindo personagens femininas fortes”, mas sempre dentro desse arquétipo. Não que em Mulan (1998), não possamos enxergar esse traço, mas em contexto completamente diferente.


Nesse novo longa, vemos antigos personagens e conhecemos novos. A irmãzinha de Moana, Simeia (que é um fofura e uma personagem importante para a protagonista), e a tripulação de sua tribo, que vão embarcar junto com Moana para sua aventura: Loto (uma construtora muito carismática e melhor personagem da tripulação), Moni (um jovem muito forte em fanático por Maui), Kele (um agricultor mau humorado que não sabe nadar), além do seu porquinho e do galinho HeiHei (que são um bom alívio cômico, que funciona principalmente com o público infantil).


Maiu ainda é muito carismático, mas com laços de amizades ainda mais fortes com nossa protagonista. E a ideia de suas tatuagens serem parte da sua consciência que o ajuda e reprova, a fim de que ele tome a decisão certa (assim como no primeiro longa), segue genial. E temos o retorno daqueles piratas que são côcos guerreiros (desculpe leitor, eu não lembro o nome deles), que participam ativamente da trama.


A história (como já citada na crítica), gira em torno de Moana, que segue as pistas dos seus ancestrais, para achar uma ilha que reunirá todos os povos do mar. Mas nessa boa premissa, é que mora o grande problema do filme. O conflito não se torna uma real desafio, pois tudo é resolvido tão rápido e quase sem peso, que nunca vemos a protagonista e os demais personagens em real perigo crível ou que objetivo não será realizado.


Aqui temos mais músicas que o longa anterior. E na questão instrumental, são canções mais diversas e com arranjos mais criativos, além de serem sequências mais trabalhadas e criativas. Mas a principal canção “Beyond” ou “Além”, não é tão carismática quanto “Saber Quem Eu Sou” (que por sinal, é repetida 3 vezes na primeira película, numa estratégia óbvia da Disney, tentar ganhar o Oscar de Melhor Canção Original, como fez em Frozen, com “Let it Go”).


Aqui temos novos conflitos que facilmente são resolvidos. E quando aparecem os vilões, é decepcionante. Nem um perigo é forte o bastante para fazer o espectador realmente temer pelos personagens. E claro, mesmo com final do filme de certa forma satisfatório, fica claro que teremos uma possível sequência. O que me lembra Deadpool e Wolverine (2024), quando o mercenário tagarela fala “brincando”, para Wolverine: “Você vai trabalhar nessa indústria até morrer.”


Moana 2 é uma sequência que aumenta seu universo e com isso seus problemas. Não tenho dúvida que será mais um sucesso. E que a onda de eternas sequências de Hollywood, não acabará tão cedo.

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Para Amantes de Cinema

Persona Crítica. Propriedade Daniel Victor. Crítica de Cinema

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